Tive de trazer novamente esta escultura fotografada em Oviedo.
Ela deveria estar aqui, em Portugal.
Representaria um povo.
Esperando, todos os dias, que o próximo cullis monumentalibus a ser violentado, fosse o do vizinho.
Isso ele apoiaria. Porque o vizinho é um ser sortudo. É funcionário público, portanto, cheio de mordomias.
Um dia, não percebeu. Porque também a ele lhe reduziram o ordenado, se nem era funcionário. Obrigaram-no a pagar a escola dos filhos, a consulta no hospital, o processo na justiça.
E, curioso, no dia do voto, lá ia ele votar, de calças rotas no cu, para que o ânus ficasse bem à mostra.
Não reparou que os seus filhos nem emprego tinham, enquanto os filhos dos mártires eleitos se empregaram todos nas grandes empresas do país. Aquelas empresas, cujos resultados aumentam, na exacta medida em que o rendimento disponível dos trabalhadores fica reduzido a zero.
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