E foi assim:
O colega Tomate, saído da aridez dos campos, depois de muito tempo, mesmo muito tempo, na sombra do tomateiro, onde ia dizendo mal dos outros tomates, que eram isto, que eram aquilo, porque só ele era bom, o exemplo. Dizia eu, que o Colega Tomate viu-se como um senhor entre os senhores. Chegara a vez dele. E ali estava no topo da caçarola, todo inchado, perante os seus pares.
Do seu lado direito, a colega Lula acenava com a cabeça. Na verdade, sendo o prato vermelho do tomate, quem na realidade ali dava um pouco de substancia era a colega Lula.
Ao lado, a colega Cebola, chorona, passiva. Que poderia ela fazer? Praticamente desapareceria de seguida. Portanto, apenas chorava.
Depois, dois produtos novos nesta tomatada: Um, o colega Pimento, ficou vermelho com o seu próprio historial. Nem ele sabia que era assim tão bom. Mas também não sabia que o colega Tomate o considerava como um bom ingrediente, porque não lhe apagaria a imagem.
Já o mesmo não se poderia dizer do outro novo colega. O Piripiri. Esse sim, poderia tornar-se perigoso, dada a sua apetência para a caçarola. O colega Tomate bem lhe perguntou: mas você quer mesmo dedicar-se a isto? E o Piripiri, apimentado, dizia-lhe: bem... O que deixou o colega Tomate ainda mais desconfiado.
Não falei do azeite, que o colega Tomate gostaria de eliminar da caçarola, para que o manjar soubesse apenas a tomate. Nem do colega Sal, que o colega Tomate ainda tolera, até que o colega Azeite saia da caçarola.
Por lapso, o colega Caldo knorr, com sabor a alho, não compareceu.
E pronto! Era uma vez um senhor Tomate e os seus colegas de caçarola. Deles, apesar de terem passados poucos anos, já ninguém se lembra.
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