Partiam de madrugada, ainda o sol não tinha nascido.
Ceifavam o trigo louro, o pão que comemos todos os dias.
À hora de almoço repartiam o conduto, por vezes uma sardinha para as duas.
Continuavam a labuta. Despegavam ao pôr-do-sol, não sentindo já o corpo, tamanho era o cansaço.
Um dia, acabaram por migrar para a grande cidade. Em Lisboa, começaram por servir em casas de senhoras abastadas. Depois, conheceram o homem da sua vida.
Os filhos ouviram que antigamente se trabalhava no campo, sem alcançarem muito bem o sentido desse trabalhar. Os netos nem sonham como foi difícil a vida.
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