sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A raposinha e as botas

Azulejos no Mercado de Santarém
A raposinha, com fome, abriu a boca e... catrapuz. Largou o grou e veio por aí abaixo.
Mas quando a raposinha vem a chegar ao chão ia a passar um carro de bois, carregado de palha. E a raposinha caíu mesmo no meio da palha.
Como os carros de bois andam devarinho, a raposinha teve tempo de acordar antes dos homens darem com ela. E ao acordar, olhou para um lado, olhou para o outro e viu que estava viva.
E, também viu um belíssimo par de botas que os homens tinham comprado na feira. Que ricas botas, pensou. E, quando os homens foram pelas botas, correram a palha toda, mas botas nada. A raposinha tinha-as calçado e fugira com elas para a floresta. Não sabia que mais à frente estava o lobo escondido à sua espera.
...
Como te dizia, para mim a estória não se passou assim.
O grou, que era velho e já não tinha condições para voar, atirou com a raposinha para o meio do chão. A queda foi tão violenta que a raposinha morreu.
Então, aconteceu uma coisa que eu não sabia que era possível, quando te contei a estória.
A raposinha deitada no chão e as raposas todas à volta dela, a chorarem. Ao mesmo tempo, muitos anjinhos desciam à terra e rodeavam a raposa. E, por entre cânticos lindos e suaves (como o Avé Maria das Celtic Woman) levaram a raposinha para os céus. Eu sei que é difícil explicar. Como podia ela estar na terra e ao mesmo tempo ir a caminho dos céus. Mas agora percebes que é possível.
Chegados aos céus vestiram a raposinha toda de um tecido branco, acetinado e uma fada, linda como o sol, com uma varinha de condão, fez nascer-lhe umas asinhas.
E, depois, os anjinhos que a rodeavam disseram-lhe: agora já não és a raposinha. És um anjinho dos céus, como nós.
Anda connosco que o Senhor Deus espera-te para te dar um beijinho.

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