quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ai que rico cajado

Contara-lhe o Ti Zé da Venda que ia haver eleições para a Presidência.
De um lado havia o homem do leme. Se não fossem os alertas daquele home o Toino já nem batatas tinha para levar ao lume.
Do outro lado, o que tinha faltado ao país era poesia.
Depois existiam ainda candidatos fora do sistema, dissera-lhe o Ti Zé da Venda.
O Toino teve vergonha de perguntar e o Ti Zé da Venda não saberia explicar.
Ambos sabiam que há muitos, muitos anos, a terra tinha donos. E os donos tinham sido sempre os mesmos. Ora agora governavam os laranjas, ora agora governavam os rosas, ora agora governavam os laranja-rosa.
E enquanto cozia batatas com pele de bacalhau pensava, consigo próprio, que seria engraçado meter-se ao pé das urnas. E quando o povinho, de fato domingueiro vestido, ali aparecesse para votar... Ai que rico cajado!

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