Quantas das vezes, chegado o fim-de-semana, pegávamos no nosso material de pesca, metíamos um lanchito numa sacola e faziamo-nos ao caminho.
Rumávamos direito às Portas de Sol e cruzávamos a porta de Santiago, na altura para nós, o Buraco das Salinas. Descíamos pelo íngreme caminho e, em breve, estávamos na Ribeira de Santarém.
Depois, junto aos pilares da ponte, pescávamos bogas, bordalos, barbos, e até uma ou outra carpa, ou híbrido, como então chamávamos aos pimpões e outros peixes parecidos. Ou, então, não apanhávamos nada.
Eramos, então, homens com corpo e mente de adolescentes. Homens, porque desde cedo trabalhavámos; adolescentes, porque essa era a nossa idade.
A subida era bem pior. Não só por ser subida, mas pelo cansaço do dia.
Mais tarde soube que a vida não é mais que o caminho do Buraco das Salinas, nas Portas de Sol. Tudo nos parece sorrir, quando descemos a montanha, nascidos para a vida. Porém, mais difícil se torna o caminho que nos leva de regresso.
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