terça-feira, 17 de agosto de 2010

Emigrante

Olhámo-nos no elevador do Bom Jesus, em Braga.
E, nos seus olhos, vi uma vida dura na aldeia. Depois o "salto" com o marido já falecido.
Foram anos duros.
Hoje sente-se feliz, falando com os netos uma mistura de português com francês, não sabendo a quem prender-se.
Se a Portugal, que não obstante ser a terra dos seus pais, a abandonou, se a França, terra adoptiva, que lhe deu um pouco de esperança e algum conforto material.
Olhámo-nos e sorrimos, cúmplices.
Atrás, os filhos olhavam eternecidos.
E os netos brincavam, falando em francês.

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