Fui descobri-la no Mercado do Forno do Tijolo, em Lisboa. A gravura, reproduzida no azulejo, data de 1819.
Poderia ter sido a Perpétua, a Emília, a Maria.
A única diferença com as actuais assadoras de castanhas está nos meios utilizados. Se naquela época, a Perpétua teria de acarretar o fogareiro, o assador, o banquinho, a travessa e as castanhas, hoje o motociclo transporta tudo.
Tal como hoje, a Perpétua ocupa a primeira metade do ano a trabalhar nas quintas ou para as senhoras. Depois vende fruta. Chegada ao Outono, anicha-se junto ao fogareiro e vai apregoando umas castanhas quentinhas.
No seu casebre de madeira, os filhos esperam que traga um pedaço de pão.
Mais tarde, chega o companheiro, irritado com a vida. A fuga na pinguita não o aliviou. A Perpétua ainda não terminou o seu dia de sacrifício.
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