Terminei a leitura do romance de Isabel Allende, A Ilha debaixo do mar.
Zarité, ou Tété, é uma escrava que gravita no que viria a ser o Haiti, em Cuba e, por fim, em Nova Orleães.
Dei comigo a pensar, como foi possível um homem escravizar o seu semelhante, com a ganância do enriquecimento, usando como pretexto a cor da pele. No entanto essa cor já não era impedimento para a violação sistemática das meninas negras. Um dia destes, a um amigo de S. Tomé, ainda com alguma desconfiança dos brancos, eu disse-lhe, que também por aqui a escravatura se fez notar. A propriedade das pessoas não era, em termos formais, dos grandes proprietários. Mas de facto era-o. Confundir os brancos com os exploradores é um grande erro.
Negros e brancos foram (e será que deixaram de o ser) os instrumentos de uma elite que a ambas extorquía o suor, enriquecendo sob a protecção do poder político.
E as elites não têm cor.
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